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Correnteza conversou
com Raphael Almeida, titular da Chapa Voz Ativa que foi eleita para
representação discente no Conselho Superior com 322 votos. Raphael já está envolvido com o movimento estudantil
a 3 anos; ocupa cargos nas entidades estudantil: como a direção da Federação
Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (FENET), Associação dos Estudantes
Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (AERJ) e da União Municipal dos
Estudantes do Rio de Janeiro (UMES); é militante do Partido Comunista Revolucionário
(PCR) e da União da Juventude Rebelião (UJR). Afirma que desde criança tentava
compreender um pouco sobre a nossa Sociedade, e por que existia fome, miséria e
guerra. Na entrevista Raphael esclarece
suas propostas como conselheiro. Confira:
Movimento Correnteza
IFRJ – Como você iniciou sua vida política, e quais os motivos que o levaram a
se tornar militante?
Raphael Almeida –
Comecei me organizar politicamente, ou seja, entrar num partido, depois de ler
um livro do líder da Revolução Russa, V. I. Lenin. Uma frase dessa obra sem
dúvida mudou a minha vida: “A indiferença é um apoio tácito àquilo que é mais
forte, àquilo que domina, isto é, aos partidos burgueses”.
MC – A chapa composta
por você e seu suplente, Jônatas Marreiros, se chama Voz ativa; como vocês lutarão para torna a
voz do estudante do IFRJ audível no Conselho Superior e fazer jus a bandeira
que levantaram?
RA – Dentro do
Conselho Superior tem gente que vive de fazer essa política nojenta que não
beneficia ninguém. Faz as coisas por trocas, acordos, pelos seus interesses
pessoais. Todos os conselheiros têm direito a voz e voto, nos cabe fazer bom
uso de nossa intervenção e votar nas propostas mais avançadas.
MC – Qual é a
importância para o movimento estudantil ocupar espaços como o Conselho
Superior?
RA – No conselho
Superior existem muitas alas reacionárias à educação, exemplo disso é a
participação da FIRJAN (Federação das Indústrias), representantes do comércio e
etc. Esses grupos só querem se relacionar com a educação para lucrar e encher
os seus bolsos de dinheiro. Vide o PRONATEC, um programa que beneficia apenas a
FIRJAN e a Confederação Nacional das Indústrias. Os estudantes ocupando aquele
espaço que lhe é de direito é poder discutir toda a formulação da linha
educacional, construtiva e ideológica que se dá dentro do IFRJ.
MC – Quais são as
propostas voltadas para a política educacional do IFRJ?
RA – Primeiro devemos
acabar com essa idéia de que quando alguma pessoa entra no IFRJ ela deve parar
de pensar em abrir vagas e aumentá-las. Por exemplo, quando um aluno passa para
a universidade pública, ele não está nem aí se vão abrir mais vagas, se vai
existir o livre acesso ou não, ele que garantir o seu espaço. Não podemos
deixar isso acontecer no IFRJ, devemos aproveitar que é uma coisa nova e
reavaliar muitas coisas ruins que se petrificaram na antiga Federal de Química.
Então nossa maior proposta de política educacional é garantir o acesso e
permanência de cada vez mais trabalhadores, jovens de baixa renda para o IFRJ e
garantir a expansão com qualidade. Onde os estudantes não precisam pagar pelo
E.P.I., onde os valores das bolsas sejam decentes, e por aí vai!
MC – Como vocês irão
dialogar com as bases no IFRJ? Existe um plano de ação voltado para essa
questão? Qual?
RA – A proposta
levantada pelo Jônatas, que eu particularmente gostei muito, foi a de voltarmos
para os campi onde recebemos votos e não recebemos, para ver quais são as
principais demandas e observar as necessidades dos estudantes, seja do PROEJA,
graduação, técnico/médio e etc. Também vamos estreitar nossa relação com os
servidores e técnicos administrativos, já que o Conselho Superior também
influencia nessa questão. A base deve estar alinhada diretamente com nossa
política, já que se no Conselho Superior as pessoas de lá não perceberem que os
alunos estão apoiando as propostas, elas dificilmente serão aprovadas.
MC - Vocês possuem
como política pública a construção de bandejões em todos os campi, como isso
será negociado com o Conselho?
RA – Não será
negociada, a luta da juventude não se barganha. É uma exigência do movimento
estudantil e como exigência ela será tratada. Isso foi tirado na última reunião
do movimento estudantil em todo o IFRJ durante a greve dos Servidores Federais,
em 2011. Estou lá apenas para colocar na mesa as nossas exigências. Nós vamos
conquistar esse bandejão.
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